Em cores vivas: Phytolon de Israel usa fermento fermentado para fazer corante alimentar natural
Shoshanna Solomon é repórter do The Times of Israel's Startups and Business
A startup israelense Phytolon desenvolveu corante alimentar natural que combina genes de plantas com um processo de fermentação do fermento comum usado para assar pão.
“Produzimos corantes alimentares naturais a partir de plantas, mas sem usar plantas e agricultura”, disse Halim Jubran, cofundador e CEO da Yokneam, startup com sede em Israel. "Nossa tecnologia permite que a levedura, que não tem cor, produza cores como a da beterraba, do cacto, da buganvília."
A Phytolon licenciou a tecnologia desenvolvida no laboratório do Prof. Asaph Aharoni e Guy Polturak do Weizmann Institute of Science. No processo, o gene que determina a cor de uma determinada planta é extraído e colocado na levedura que é então fermentada. "Geramos uma cepa de fermento de padeiro que possui o gene e é capaz de produzir cor", disse Jubran em entrevista por telefone.
A levedura já é usada para produzir uma variedade de ingredientes usados na indústria de alimentos, mas a Phytolon é a primeira empresa a usá-la para produzir corantes naturais usando um processo de fermentação, disse Jubran.
“Não precisamos de terra, plantas ou agricultura para produzir nossas cores”, disse ele, ao contrário de outros corantes vegetais usados na indústria alimentícia. Isso torna a tecnologia mais sustentável e mais barata, e leva a uma qualidade de cor mais alta e unificada, disse ele.
O nome da empresa é uma combinação de phyto, que vem do grego antigo e significa planta, e lon, que em árabe significa cor, explicou Jubran, que tem doutorado em biotecnologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém e pós-doutorado pela Instituto Weizmann.
A necessidade de novos corantes alimentares naturais está aumentando devido à crescente conscientização do consumidor e à demanda por corantes alimentares mais saudáveis para substituir os sintéticos que podem ter efeitos adversos à saúde.
Produtos naturais ou ingredientes extraídos de plantas, que representam 69% do mercado de corantes alimentícios, são mais caros do que os corantes sintéticos e artificiais menos saudáveis. O processo de extração de corantes naturais é complicado e demorado, e o rendimento das plantas nem sempre é de alta qualidade. Espera-se que isso dificulte o crescimento do mercado de corantes alimentícios nos próximos anos, disse a Allied Market Research em um relatório.
O mercado de corantes alimentícios, avaliado em US$ 2,1 bilhões em 2019, deve chegar a US$ 3,5 bilhões em 2027, segundo a empresa de pesquisa de mercado.
As cores produzidas pela Phytolon pertencem à família betalaína, que é uma classe de pigmentos que varia do amarelo ao roxo, incluindo laranja, vermelho e rosa e "todos os tons intermediários", disse Jubran.
"É uma rica família de cores" que também são antioxidantes e têm alto valor nutricional, explicou Jubran.
No mês passado, a empresa disse que levantou US$ 4,1 milhões em financiamento de investidores, incluindo o Trendlines Group, que já investiu na empresa em seus estágios iniciais de desenvolvimento. O Trendlines Group é um grupo de investimento baseado em Israel-Cingapura focado em tecnologias médicas e agroalimentares.
Outros investidores na rodada de financiamento foram a Millennium Food-Tech, uma nova parceria de P&D que investe em empresas de tecnologia de alimentos; Iniciativa de inovação alimentar da Europa EIT Food; Consensus Business Group (CBG) do empresário britânico Vincent Tchenguiz; Yossi Ackerman, ex-presidente e CEO da Elbit Systems; e a Autoridade de Inovação de Israel.
Os fundos arrecadados – um total de US$ 5,8 milhões desde que a empresa foi fundada em 2018 – ajudarão a empresa a comercializar seu produto, que terá como alvo fabricantes de alimentos e fabricantes de ingredientes alimentícios, disse Jubran.
A empresa agora está realizando experimentos de prova de conceito nas linhas de produção dos principais players da indústria de alimentos para mostrar "que nossas cores funcionam", disse ele.
Jubran espera que o produto chegue ao mercado em 2022 e espera até então ter obtido a Food and Drug Administration dos EUA e outras licenças regulatórias. Como a levedura já é usada na indústria alimentícia, assim como os corantes betalaínicos, o processo de aprovação deve ser bastante direto, disse ele.